- “AS DEMISSÕES NA
PREFEITURA DE JANAÚBA LANÇAM AOS OMBROS DOS TRABALHADORES A CARGA DA SUSPENSÃO
DAS ATIVIDADES ESCOLARES POR FORÇA DA COVID-19”, CITA A DEPUTADA BEATRIZ
- Deputada
estadual Beatriz Cerqueira denunciou ao MPMG e ao Ministério
Público do Trabalho as demissões de mais de 200 servidores da Prefeitura de
Janaúba no período de pandemia do novo coronavírus
Aprovado pelos deputados
mineiros o requerimento da deputada Beatriz Cerqueira propondo aos prefeitos a
não demitiram servidores no período da pandemia da Covid-19. O requerimento foi
publicado no Diário Oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais no dia 30
de abril de 2020, data na qual o prefeito de Janaúba demitiu mais de 200
servidores, a maioria da área de Educação.
BELO HORIZONTE – Por meio
do Ofício 0189/2020 , a deputada estadual e presidenta da Comissão de Educação,
Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, Beatriz Cerqueira, apresentou
denúncia ao coordenador do Centro de Apoio Operacional da Promotoria de Defesa
do Patrimônio Público, José Carlos Fernandes Júnior, do conteúdo do informativo
de 30/04/2020, determinando a rescisão de 202 contratos temporários de
profissionais lotados na Secretaria Municipal de Educação.
A deputada destaca que, apesar da prestação das
atividades escolares no âmbito do Estado de Minas Gerais e dos Municípios
estarem suspensas até quando perdurar o Estado de Calamidade Pública, “a
Prefeitura de Janaúba, em que pese a plena vigência do Decreto 36/2020 que
determinou a suspensão das atividades por tempo indeterminado da rede municipal
de ensino, determinou a dispensa coletiva de trabalhadores/as da rede municipal
de educação que estavam contratados à título precário””.
“A medida de demissão
coletiva pelo Poder Executivo Municipal, consiste em extrema e representa
flagrante prejuízo aos/as trabalhadores/as comprometendo inclusive a
subsistência destes, em razão da impossibilidade de procurar novo emprego em
período de estado de emergência”, diz o documento.
Deputada estadual Beatriz Cerqueira.
Na justificativa, Beatriz
Cerqueira destaca, ainda, que as rescisões dos contratos levadas a efeito pelo
Município de Janaúba “lançam aos ombros dos/as trabalhadores/as o ônus da
suspensão das atividades escolares, por força da Emergência em Saúde Pública e
Calamidade Pública em razão da Covid-19. Os profissionais da educação municipal
contratados temporariamente não deram causa a interrupção do contrato de
trabalho, na medida em que o impedimento da execução das atividades laborais,
ocorreu em virtude da necessidade de suspensão das atividades da rede municipal
de ensino, por ato do Executivo Municipal”.
Na representação, a
parlamentar solicita que a Promotoria, no uso de suas atribuições
constitucionais, tome todas as medidas cabíveis que julgar necessárias, em
caráter de urgência, “para que a Prefeitura de Janaúba torne nulas todas as
rescisões/dispensas dos contratos de trabalhos dos profissionais da rede
municipal de ensino, garantindo, assim, proteção social ao trabalho, amparada
nos princípios da justiça social, da valorização social do trabalho e da
dignidade da pessoa humana”.
Denúncia ao Ministério
Público do Trabalho
A presidenta da Comissão
de Educação da ALMG também encaminhou,
no dia 20 de maio, ofício ao chefe do Ministério Público do Trabalho de Minas
Gerais, Arlélio Carvalho Lage, solicitando que
o MPT desempenhe o papel de mediador, na negociação, esclarecimento e na
busca de alternativas junto à Prefeitura Municipal de Janaúba, com a
participação de Parlamentares, a fim de garantir a manutenção da renda integral
destes profissionais como forma de proteção social ao trabalho, amparada nos
princípios da justiça social, da valorização social do trabalho e da dignidade
da pessoa humana.
No documento a
parlamentar fez a defesa da manutenção do Distanciamento Social Ampliado (DSA)
recomendado pela Organização Mundial de Saúde – OMS – e demais autoridades
públicas, como forma de proteção à saúde da população com a minimização dos
efeitos da transmissão decorrente da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e
apresentou denúncias de ocorrência de rescisões e/ou suspensões de contratos de
trabalhado temporários de profissionais da educação vinculados a rede pública
de ensino por parte de Gestores Municipais, com a rescisão de mais de 200
(duzentos) contratos temporários da rede municipal de ensino num momento de
grave crise da pandemia, causando prejuízo para os trabalhadores e toda a
coletividade.
“Há de se ponderar que a
medida de rescisão dos contratos temporários de trabalho na rede municipal de
ensino, impõem aos/as trabalhadores/as os ônus da suspensão das atividades
escolares, por força do reconhecimento de Emergência em Saúde Pública e do
Estado de Calamidade Pública, em razão da pandemia do coronavírus (Covid-19)”.
“ A impossibilidade de
prestação de serviço pelos/as trabalhadores/as da educação da rede municipal de
ensino de Janaúba enquadra-se nas hipóteses de caso fortuito e de força maior,
haja vista a necessidade de suspensão das atividades em razão de fato que foge
ao controle humano cujos efeitos não se poderia prever, neste caso verificado
pela propagação do Covid-19 (coronavírus)”.
“Por outro lado, é
importante dizer que qualquer rescisão e/ou suspensão de contratos de trabalho,
especialmente relativos à educação básica, deve ser lastreada na efetiva
demonstração pelo Município da indisponibilidade de recursos financeiros e na
ausência de outras medidas que possam garantir a continuidade dos vínculos de
trabalho destes profissionais. Principalmente, no caso da educação pública que
conta com recursos vinculados e de transferência obrigatória da União, aos
Estados e Municípios, ou seja, de aplicação obrigatória nos termos da Lei de
Responsabilidade Fiscal e da Constituição Federal”.
“Ainda, há de se ponderar
que as rescisões dos contratos de trabalho dos profissionais da rede de ensino
de Janaúba, impactarão, sobremaneira, no comprometimento da subsistência destes
e de seus familiares e com o agravamento da crise provocada pela Pandemia da Covid-19,
diante da falta de renda. Com a medida, serão afetados a vida de mais de 200
(duzentos) profissionais da rede de ensino, bem como a dos seus respectivos
familiares”. (Fonte: Ascom da deputada Beatriz Cerqueira)
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