- O eleitor manguense olha
para a vizinha Matias e enxerga um município onde a vontade política fez alguma
coisa acontecer, mesmo com orçamento menor
- A percepção, bastante
incômoda para os manguenses, é de que “Matias Cardoso vai deixar Manga para
trás em breve”, como especulou uma das pessoas entrevistadas
- Matias Cardoso, quem
diria, virou destino da mão de obra que sobra em Manga por falta de
oportunidades em plano local
- Confira essas informações
na íntegra no texto “Grama é mais verde em Matias”, publicado no site Em Tempo
Real, do jornalista Luís Cláudio Guedes (aqui)
Foto Marcos Farley
Projeto da orla em Matias
Cardoso recebeu festa da virada para ano eleitoral e deixa eleitor manguense
intrigado sobre os porquês do fiasco da gestão local.
MANGA (por Oliveira
Júnior) – No texto jornalístico com análise política administrativa de
municípios do Norte de Minas, com o título de “Grama é mais verde em Matias” e
subtítulo “Seca de obras em Manga contrasta com governo de resultados de
Edmárcio, que atua para virar deputado: antigo sonho de consumo de Quinquinhas”
(na íntegra, logo abaixo ou saiba AQUI), publicado na quarta-feira, dia 8 de janeiro de 2020,
em seu site “Em Tempo Real”, o jornalista Luís Cláudio Guedes faz um parâmetro
das administrações públicas dos vizinhos municípios de Manga e Matias Cardoso,
separados pelo rio São Francisco. O detalhe é que a jovem localidade de Matias
Cardoso, segundo a narrativa do texto, vem superando a “mãe”, uma vez que até o
dia 20 de dezembro de 1995 – 24 anos atrás – Matias pertencia ao município
manguense.
Natural de Manga, onde
inclusive já foi vereador, e há décadas radicado em Brasília-DF, onde é
funcionário público federal, o jornalista Luís Cláudio Guedes menciona a
ascensão do prefeito Edmárcio Moura Leal, que está no último ano da segunda gestão,
numa comparação ao prefeito de Manga, Joaquim de Oliveira Filho, o Quinquinha,
que administra o município pela terceira vez.
Nesse texto do jornalista
Luís Cláudio há a citação: “O eleitor manguense olha para a vizinha Matias
(Cardoso) e enxerga um município onde a vontade política fez alguma coisa
acontecer, mesmo com orçamento menor. As comparações entre as duas
administrações são inevitáveis e isso mexe com autoestima dos manguenses”. E
continua “A percepção, bastante incômoda para os manguenses, é de que ‘Matias
Cardoso vai deixar Manga para trás em breve’, caso se mantenha o ritmo
administrativo que experimenta atualmente”.
Eis a íntegra do texto
publicado no site “Em Tempo Real”, nessa quarta-feira, 8 de janeiro de 2020,
pelo jornalista Luís Cláudio Guedes - GRAMA É MAIS VERDE EM MATIAS
GRAMA É MAIS VERDE EM MATIAS
Seca de obras em Manga
contrasta com governo de resultados de Edmárcio, que atua para virar deputado:
antigo sonho de consumo de Quinquinhas
Planos na gaveta:
Quinquinhas (ao centro) recebe prefeitos eleitos em 2012 em tentativa de se
firmar liderança como regional. Um sonho que se sonha só... em 2012, prefeitos
eleitos Edmárcio Moura Leal (Matias Cardoso) e Expedito de Moura Pinheiro, o
Péu (Juvenília).
A vaidade e a soberba não
são boas companheiras em política. Quando às duas se junta uma dose extra de
vaidade, temos o caminho aberto para o desalento. O prefeito de Manga,
Quinquinhas de Quinca de Otílio, o Joaquim do Posto (PPS), não é o pastor
Martin Luther King, mas tinha um sonho: seu objeto de consumo era ocupar um
assento na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Ao final do seu segundo
mandato, entre novembro e dezembro de 2012, ao contemplar o o espelho, ele via,
no reflexo, a imagem projetada de um futuro deputado federal. O autor dessas
linhas ouviu da boca do novamente prefeito de Manga as justificativas para
colocar o plano de pé: a região Norte de Minas nunca teve representantes à sua
altura aqui em Brasília.
Antes de passar o cargo
para o sucessor, e ainda na cadeira de prefeito, Quinquinhas chegou a reunir,
em seu gabinete, alguns prefeitos então recém-eleitos da microrregião de Manga.
Passaram por lá o ex e
então futuro mandatário de Jaíba, Jimmy Murça. Noutro encontro, esse da foto
acima, Quinqunhas recebeu, em seu gabinete, Edmárcio de Moura Leal, o Edmárcio
da Sisan, e Expedito de Moura Pinheiro, o Péu, na ocasião já eleitos para os
cargos de prefeito de Jaíba, Matias Cardoso e Juvenília, respectivamente.
LÍDER REGIONAL
A ideia de Joaquim do
Posto era se firmar como liderança política microrregional, status que o
tornaria apto a criar plataforma básica para lançamento do futuro mandato
parlamentar. Mas a coisa não vingou. Um sonho que se sonha só, é mais um sonho
que se sonha... E só.
O projeto não andou e
hoje a perspectiva mais à mão para o empresário manguense é disputar um novo
mandato para prefeito, no que vai se tornar - se eleito - o mandatário mais
duradouro no cargo desde o período de mando dos coronéis nordestinos no
município, lá da primeira metade do século passado. Não é pouca coisa, mas nem
de longe o coroamento que um mandato federal acrescentaria à sua carreira de
político bissexto.
SONHO MEU...
Quinquinhas bem que não
resistiu à tentação de ter um assento na Câmara dos Deputados. Quase na
surdina, saiu candidato a deputado federal em 2014, mesmo sem ter intenção de
colocar a campanha nas ruas.
A aventura federal por
pouco não impede sua campanha para voltar a ser prefeito de Manga em 2016.
Ficou inelegível porque se esqueceu de fazer a prestação de contas da campanha
para federal (obrigatória pela Lei Eleitoral), mas foi salvo nos escaninhos por
vezes benevolentes do Judiciário tupiniquim.
No TSE, um ministro
concluiu que cassar o ainda recente prefeito de Manga traria mais insegurança
do que benefícios para o povo de Manga. O Brasil tem dessas coisas: nem sempre
se julga conforme a letra legal, mas ao sabor das conveniências.
GESTÃO APAGADA
Quinquinhas caminha para
o décimo ano no poder em Manga, mas essa longevidade no cargo não ajudou a
aplainar seu caminho para o desejado gabinete na Câmara dos Deputados.
Conseguiu ao longo desse tempo apenas o prêmio do fracasso a que se resume
atual a gestão em Manga. Uma passagem apagada e medíocre é no que se resume a
marca do atual mandato.
Incapaz, como se viu até
agora, de cumprir as muitas promessas de palanque, que prometeria resolver os
problemas mais elementares do município. Casos da saúde educação, que seguem em
crise permanente, e coisa mais simples, por exemplo a zeladoria da cidade, que
segue suja e com certo ar de abandono após três anos de mandato. O que se tem
em Manga, e gente próxima ao prefeito admite, é um déficit de resultados.
SEM ENTREGAS ATÉ AQUI
Tudo a contribuir para
que o projeto parlamentar do atual prefeito virasse pó e agora jaz, muito
subjacente, sob o fracasso da sua trajetória como gestor da coisa pública.
Em dezembro de 2012,
Quinquinhas terminava o mandato com algumas obras no currículo e certo sucesso
de público. Caminha agora para novo final de temporada, mas de um governo sem
rumo nem prumo e carente de entregas.
Sua situação só não é
pior porque conta com o beneplácito de uma oposição capenga e incompetente até
mesmo para o desejado exercício da crítica - mesmo aquela mais rasteira, de
rede social.
O MUNDO GIRA, A LUSITANA
RODA
A política, como sabem
meus dois leitores, não convive bem com o vácuo. Quinquinhas enfiou a viola do
mandato federal na sacola, mas o sonho parlamentar embala agora outras mentes e
corações. O prefeito Edmárcio Leal, à esquerda na imagem lá do alto, não é mais
o calouro a quem o colega de Manga, hoje um veterano, tinha veleidades em
ensinar as artimanhas da gestão pública e da política.
Edmárcio encerra seu
segundo mandato em Matias Cardoso com alguma expectativa de seguir carreira
política. Deixa para os seus conterrâneos uma cidade melhor (não a maravilha
que sua assessoria quer fazer crer, mas sem dúvidas, melhor do que encontrou).
Especialmente pela obra
que transformou a orla do Rio São Francisco no novo cartão-postal. O número de
ruas pavimentadas (inclusive nos distritos) supera a média realizada por
gestões de prefeituras do mesmo porte que Matias Cardoso, conta que inclui
praças e alguns equipamentos para prática de esportes e lazer.
Edmárcio da Sisan - e não
Quinquinhas - é quem enxerga adiante de si o horizonte de eventual mandato
parlamentar. Edmárcio Pretende disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de
Minas daqui a dois anos. Se vai conseguir, são outros quinhentos.
VONTADE POLÍTICA
O eleitor manguense olha
para a vizinha Matias e enxerga um município onde a vontade política fez alguma
coisa acontecer, mesmo com orçamento menor. As comparações entre as duas
administrações são inevitáveis e isso mexe com autoestima dos manguenses.
A pergunta que não quer
calar: por quê o mesmo não aconteceu em Manga? O eleitor fica intrigado sobre
os motivos que levaram à seca de resultados concretos do atual governo
Quinquinhas.
A percepção, bastante
incômoda para os manguenses, é de que “Matias Cardoso vai deixar Manga para
trás em breve”, como especulou uma das pessoas entrevistadas para esta matéria,
caso se mantenha o ritmo administrativo que experimenta atualmente.
Não é demais lembrar que
Matias Cardoso foi distrito de Manga até o início da década de 1990.
A despeito da crise que
paralisou o setor público brasileiro desde a trágica passagem de Dilma Rousseff
pela Presidência da República, alguns prefeitos têm entregas a fazer. Edmárcio
está entre eles.
Mas há entre a prefeitada
da vez quem prefira culpar o governador, o sol inclemente, a seca, o governo
federal e o asfalto que não chega, o prefeito adversário, ainda que tenha
deixado o cargo há mais de três anos, pelo fracasso das suas gestões.
MÃO INVERSA NA TRAVESSIA
Matias Cardoso, quem
diria, virou destino da mão de obra que sobra em Manga por falta de
oportunidades em plano local. A Prefeitura do vizinho emprega educadores,
enfermeiros, biomédicos, farmacêuticos e assistentes sociais vindos da margem
oposta do Velho Chico.
A balsa que faz a
travessia do rio retrata mais fielmente o que se pretende mostrar aqui: todas
as manhãs, centenas de pessoas atravessam o São Francisco para trabalhar em
fazendas localizadas em Matias - que abriga parte do Projeto Jaíba, um
importante polo de agricultura irrigada.
O número de empregos pode
chegar até a 1.000 vagas (a informação é de uma fonte ligada à Prefeitura de
Matias Cardoso), durante o período de colheitas. Em média, Matias absorve 300
empregos da mão de obra manguense.
É essa falta de
perspectivas que abala a confiança do eleitor manguense.
Quinquinhas foi eleito no
bojo de uma campanha em que o slogan era o “É assim que se faz!”. Às vésperas
de nova rodada eleitoral, esse discurso envelheceu por falta de comprovação
prática. Quem não tem entregas a fazer após três anos no cargo, não pode
ensinar o caminho das pedras sobre como fazer.
SEM HORIZONTE
Não obstante o fracasso
administrativo da atual gestão, o prefeito sinaliza que sai em busca de mais um
mandato (o quarto, em caso de vitória). Conta com o já citado marasmo da
oposição e do pacote de obras previstos para iniciar em fevereiro. São as armas
para virar o jogo.
O eleitor que conhece
Matias Cardoso para um pouco além da passagem ocasional pela rodovia MG-401,
sabe que Manga corre o risco de ver mais do mesmo no horizonte de médio prazo:
obras eleitoreiras no final do mandato e quatro anos de desgosto. Tem ainda a
habitual mediocridade administrativa pela frente - com a ajuda sempre bem-vinda
de uma oposição que perdeu a chamada, pela ausência de sempre. (Fonte: site Em Tempo Real, Luís Cláudio Guedes, http://www.luisclaudioguedes.com.br/index.php/245-destaques/5390-grama-em-matias-e-mais-verde-que-do-vizinho )
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