- Árvores
nessa praça foram plantadas e cuidadas pelos usuários da praça que não foram
consultados sobre o corte das mesmas
- Quem
plantou e cuidou dessas árvores não esconde o sentimento de revolta
- Snif!
Essas árvores “sumiram” a partir da manhã deste domingo
- Sem
a sombra, o encontro de amigos para uma prosa ao lado do carrinho de caldo de
cana deixa de existir nesse local
- O
povo precisa ser ouvido e não apenas ser espectador de atos que vão em
desencontro pelo bem da comunidade
Fotos
Oliveira Júnior
No ano passado e até ontem, sábado, dia 7 de setembro de 2019,
tinha sombra na praça. Hoje, domingo, dia 8, “sumiram” com as árvores e com a
sombra. Vale ressaltar que as árvores foram plantadas pelos usuários da praça
que também cuidavam delas.
JANAÚBA
(por Oliveira Júnior) – Manhã de domingo, 8 de dezembro de 2019, a cidade de
Janaúba convive com situações antagônicas em duas praças. Numa, milhares de
fiéis aproveitavam a sombra das frondosas árvores. Noutra, a pouca sombra de
algumas árvores plantadas e cuidadas pelos usuários da referida praça deu lugar
aos raios solares diante da surpreendente atitude da autorização humana pela
derrubada dessas árvores, a maioria frutífera.
Isso
mesmo, uma das mais antigas praças de Janaúba perdeu o charme da sombra. Na
manhã deste domingo, dia 8, foi executado o serviço de corte das árvores da
praça Rômulo Sales de Azevedo – a praça do quiosque da Kibon – sem nenhuma explicação
plausível até então. Aliás, deveriam ter dialogado com os usuários da praça,
afinal de contas essas árvores teriam sido cultivadas há anos por
frequentadores e prestadores de serviço na referida praça ( confira AQUI).
Fotos Oliveira Júnior
Da base do “olho vivo” até perto da agência bancária haviam pés de manga, inclusive em produção. Desde hoje, 9 de setembro, essas árvores frutíferas com aproveitáveis sombras foram cortadas.
Quem
passa pela praça depara com o cenário e muitos questionam. Uns até falam “justamente
agora que é o período do calor, da presença maior dos raios solares durante o
dia”. Quem plantou e cuidou dessas árvores não esconde o sentimento de revolta.
Esse coro deve aumentar amanhã, segunda-feira, dia 9, quando os habituais
moradores, principalmente os idosos, forem à praça Rômulo Sales (do quiosque da
Kibon, do Itaú e do BNB).
Fotos Oliveira Júnior
Início do plantio da árvore idealizada pelos frequentadores do quiosque da Kibon e, nessa ocasião, sendo molhada pelo usuário Ewerton Oliveira, no dia 02 de outubro de 2015. O pessoal do quiosque era quem cuidava e até custeava a poda dessa árvore que, neste domingo, dia 9 de setembro de 2019, foi cortada de maneira surpresa.
Com
a atitude realizada hoje, com o corte das árvores, pode se dizer que o
agradável convívio social diurno na praça acabou, neste momento. Isso porque não
será possível sentar nos dois bancos, já que os mesmos agora estão no sol. Um
dos bancos recebia a sombra proveniente da árvore plantada e cuidada pelos
frequentadores do quiosque da Kibon.
Fotos Oliveira Júnior
José Tobias com o fruto de um dos pés de manga que ele plantou na praça Rômulo Sales, em Janaúba. Tobias era quem molhava as árvores e o gramado, voluntariamente.
O
mesmo acontecerá com a turma de cidadãos que todos os dias, pela manhã e à
tarde, ficava debaixo do pé de manga cultivado por José Tobias, do engraxate.
Tobias era quem, voluntariamente, molhava as árvores e o gramado, inclusive no
período em que alguém da administração municipal determinou, recentemente, o
desligamento da água nessa praça. Mesmo diante dessa árdua luta pelas árvores e
pelo bem da praça, Tobias conseguiu colher frutas dos pés de manga que ele
plantou na praça. Snif! Essas árvores “sumiram” a partir da manhã deste
domingo.
Fotos Oliveira Júnior
Praça Rômulo Sales de Azevedo, centro de Janaúba, após o corte das árvores, a maioria frutíferas, neste domingo, dia 9 de setembro de 2019.
O
corte das árvores da praça Rômulo Sales de Azevedo (quiosque da Kibon) traz
outra medida na contramão da socialização. Sem a sombra, o encontro de amigos
para uma prosa ao lado do carrinho de caldo de cana deixa de existir nesse
local. Sendo assim, nesta segunda-feira, dia 9, será notório verificar uma
situação de deserto nessa praça. Nesse caso, pode declamar ou até cantar “aquela
praça não é mais a mesma praça”, numa referência à música “A rua em que você
morava”, de Gilberto Lemos.
Com
certeza, nas próximas horas vão surgir as justificativas pelo corte das
árvores, consequentemente, pelo fim das sombras na praça. Entretanto, tal ação
demonstra uma clara falha na comunicação. Comprova que o poder público precisa
valorizar uma gestão participativa: o povo precisa ser ouvido e não apenas ser
espectador de atos que vão em desencontro pelo bem da comunidade.
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