- Acusado
de estupro a vulnerável, vereador aponta colega como responsável por suposto
transporte de droga em carro oficial durante viagem a Brasília
BRASÍLIA-DF
(por Luís Cláudio Guedes) – Para quem achou que já tinha visto tudo em Manga, nem
o céu parece ser o limite. O vereador José Carlos Mendes Gonçalves, o Macalé da
Agropasto (PR), foi à tribuna na reunião ordinária da segunda-feira (2 de
setembro) para acusar de viva voz o colega de parlamento Anderson César Ramos,
o Son Nogueira (PSB), de ter sido o responsável pelo transporte de tablete de
maconha de Brasília para Manga no carro oficial da Câmara de Manga.
“Foi
o vereador Anderson César que trouxe a droga de Brasília para Manga. Eu queria
que ele estivesse aqui [no plenário] para me ouvir falar, mas ele saiu na hora
que pedi a palavra”, acusou Macalé, sem dar mais detalhes de como esse fato,
que é gravíssimo, teria acontecido.
O
site (Em Tempo Real) apurou que a viagem aconteceu entre os dias 1º e seis do último mês de
abril, quando os vereadores Macalé e Son Nogueira, além do presidente da
Câmara, Jarbas Pimenta, o Bio (PSB), e Bento Ferreira Gonçalves, o Bento do
Arvoredo (PR), vieram à capital federal para participar de um curso de
capacitação de vereadores. Pelo que vazou até aqui, Macalé teria visto um pacote
com cerca de meio quilo de maconha dentro da mochila do companheiro de viagem.
MUDOU
DE LADO
Macalé
ainda acusa Son Nogueira de ter, supostamente, utilizado recursos públicos da
Associação dos Vereadores da Área Mineira da Sudene (Avams) para pagamento de
contas pessoais e a suposta troca de cheques da entidade com agiotas em Manga.
Ele
ressalta que não tem provas dessa última acusação, mas contou que encaminhou
ofício à atual direção da Avams com pedido de documentação do período em que
Son Nogueira presidiu a entidade (2017/2018). O que acontece em Manga é tudo
muito grave e, por óbvio, leva o ônus da prova para quem acusa.
A
recusa de Macalé em dar voto favorável ao projeto de autoria de Son Nogueira
que criaria o Procon Câmara teria provocado o rompimento entre ambos.
Recentemente, Macalé da Agropasto, que se elegeu pela oposição, migrou para a
base de apoio do prefeito de Manga, Quinquinhas de Quinca de Otílio, o Joaquim
do Posto (PPS), durante a votação do pedido de autorização para a contratação
de empréstimo no valor de R$ 2 milhões junto ao BDMG, proposta recusada pela
maioria oposicionista na Câmara de Manga.
‘DEUS
FALOU COMIGO...’
Noutra
frente de atrito com o vereador Son Nogueira, Macalé acusa o colega de Câmara
de ter sido o responsável por incentivar a denúncia de suposta tentativa de
estupro contra a adolescente M.C.O.S., que apresenta quadro de hiperatividade e
distúrbios mentais.
Ofício
enviado pelo pai da menor foi lido em plenário na reunião do dia 26 de agosto.
Para Macalé, essa denúncia foi uma vingança antecipada de Nogueira por conta da
acusação de tráfico de entorpecente.
“Tenho
absoluta certeza da minha inocência nesse caso. Deus está aqui do meu lado e
Ele vai me inocentar dessa acusação. Estou sofrendo, estado doendo porque
também sou pai de família e não consigo dormir desde que isso aconteceu. Mas
Deus já tem falado para mim: filho, coloque a cabeça no travesseiro porque você
não fez nada. Eu realmente não ‘fiço’ nada”, discursou Macalé, dono dessa
cobiçada faculdade de falar diretamente ao Criador.
TEATRO
DE ABSURDOS
A
briga entre os dois parlamentares coloca a Câmara de Manga em situação
delicada. A denúncia de Macalé contra Nogueira caiu como uma bomba na cidade –
e não somente nos círculos da política. O legislativo local custa cerca de R$
1,2 milhão por ano para o contribuinte local, que se sente envergonhado com a
onda de denuncismo dos últimos meses.
A
mesa diretora da Casa aguarda a conclusão das investigações para ver se abre ou
não investigações contra os dois vereadores. Caso essas denúncias sejam
confirmadas, eles precisam renunciar ou terem seus mandatos cassados. Ou se faz
isso, ou a instituição legislativa perde completamente sua credibilidade.
Na
legislatura anterior, houve denúncias, não comprovadas, é preciso ressaltar, do
suposto pagamento de mensalinho a servidor contratado e uso desse mesmo carro
oficial para transporte de bebidas. O presidente era o então vereador José de
Sá Elvira, que não conseguiu sequer sair candidato à reeleição, em razão de
brigas internas no Democratas, partido ao qual era filiado.
O
QUE DIZ SON NOGUEIRA
“Na
verdade, isso aí é um processo de perseguição que estão tentando colocar contra
mim. Em relação à Avams, não há nenhuma prova. O atual presidente vai emitir
uma declaração com relação a essas questões. Quanto à outra denúncia [do
transporte da droga], não tem prova nenhuma. O ônus da prova cabe a quem
acusa”, disse Son Nogueira em mensagem enviada ao site.
O
vereador se diz muito “chateado com a falta de respeito” do colega Macalé, mas
“muito tranquilo” em relação à sua inocência. No contra-ataque, ele diz que vai
tomar as medidas judiciais cabíveis contra o desafeto.
FIM
DA FARRA
A
mesa diretora da Câmara de Manga vai precisar agir com firmeza para não se
deixar contaminar pelas denúncias cruzadas entre dois dos seus membros. Uma boa
sugestão seria a venda desse carro oficial e o fim dessa farra de viagens para
fazer curso mês sim e outro também.
Até
as pedras do cais do porto sabem que é só um artifício para aumentar a renda de
suas excelências. Nada justifica três ou quatro vereanças passarem uma semana
em Brasília, ou Belo Horizonte, apenas para bater perna com a desculpa de que
estão se capacitando. (Fonte: site Em Tempo Real)
http://luisclaudioguedes.com.br/index.php/245-destaques/5360-chumbo-trocado-na-camara-de-manga?fbclid=IwAR1mA9Y4EHqV4y84-cIMOMbwPs6a53j9rCB4SCp7M86MGNhL7ST1HCo3ZoQ
Comentários