JANAÚBA
(por Oliveira Júnior) – Vi e li o texto que o colega radialista Sandoval Souza
publicou na rede social no sábado, dia 14 de julho de 2018, informando sobre a
morte do também colega radialista André de Sá, fato ocorrido naquele sábado. No
dia seguinte li novamente, mas a “ficha ainda não caiu” que perdemos
definitivamente a voz do janaubense André de Sá.
Aliás,
há muitos anos não mais fazia parte do nosso convívio local o vozeirão de André
de Sá que, assim como outros profissionais da comunicação deram o ar da graça
em nossa cidade e depois foram emprestar os seus dons artísticos em outras
paragens. O André carregava consigo não somente a voz grave e forte, mas também
o idealismo e o carisma. Para as fãs, o que chamava a atenção eram os seus
olhos castanhos.
Foto
álbum de família
André de Sá, foi locutor na rádio Gorutubana nos anos 90.
Não
recordo a data, mas creio que foi em 1993 – 25 anos atrás – que encontrei com o
André de Sá nos corredores da rádio Gorutubana AM. Na verdade, o vozeirão dele
já começava a fazer parte das ondas dessa primeira emissora de rádio de
Janaúba. O rapaz dos olhos castanhos foi chamado para apresentar o programa
musical e em poucos dias foi direcionado para o setor de jornalismo, onde eu
era o editor. A voz grave e forte do André de Sá foi para o noticiário “Jornal
da Gorutubana” ao lado da voz do carioca Reinaldo Silva. Aliás, o “carioquês”
mandava, já que na rádio também tinha o saudoso Raul Luiz Dond, que empresta
sua inconfundível voz aos programas musicais, esportivos e noticiários.
A
minha convivência com o André de Sá na rádio Gorutubana e no “Jornal da
Gorutubana” foi por pouco tempo, uma vez que no final de 1993 deixei a
emissora. Não sei ao certo a trajetória do vozeirão de André de Sá pela mídia.
Sei que ele sempre solicitado para gravar anúncios e a sua tonalidade de voz
até hoje pode ser ouvida em vinhetas na rádio Gorutubana.
Além
da arte de se comunicar, André de Sá também apreciava o hábito da comunidade e
se interagia. Não escondia o gosto pelo aperitivo de uma boa bebida. Mas, sem
deixar de lado a boa e longa prosa. Levou a vida como o som da música passeia
pelas ondas do rádio. Demonstrou que não queria uma vida estagnada. Entre um
microfone e outro off, André de Sá esbanjava o jogou de cintura para se comunicar
assim que o microfone era liberado e, sendo assim, a sua voz ecoava pelos mais
inimagináveis locais.
Como
que esse rapaz criado nas imediações do rio Gorutuba adquiriu a experiência da
comunicação, sabendo que por aqui, nos idos dos anos 80 e 90, a acessibilidade
à mídia ainda estava, digamos, nos primeiros passos. A resposta foi perceptível
um tempo depois. Marcelo de Sá, irmão de André, se dedica ao dom artístico
através da pintura de quadros, atividade essa exercida em momentos de folga do
serviço profissional em outra área de ação.
Esses
dois irmãos, André e Marcelo, mostraram as suas versatilidades mesmo em
situação adversa. Sofreram, mas não se abateram com a morte do pai, Valdir de
Sá. Os filhos de Valdir aprimoraram os seus conhecimentos e de uma maneira ou
de outra têm contribuído pela construção e valorização da arte e da
comunicação, que são fundamentos numa sociedade.
Há
muito tempo não via o André de Sá, mas conforme anunciado ratificado pelo
colega Sandoval Souza (tomou conhecimento através do também radialista José
Geraldo da Silva, o Saruca, e do desportista Miro), a voz de André de Sá se
calou no sábado. Ele se encontrava enfermo na região do município de Vazante,
onde morava há algum tempo e foi sepultado.
Nos
relatos do locutor Sandoval Souza, além da rádio Gorutubana AM, o André de Sá
atuou também nas emissoras Regional FM (hoje, Cidade FM), em Nova Porteirinha,
Educadora AM de Porteirinha e Torre FM, em Janaúba, entre outras emissoras.
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