MP DE MINAS GERAIS AJUÍZA AÇÃO DE IMPROBIDADE CONTRA
GRUPO RESPONSÁVEL POR FRAUDAR LICITAÇÃO DO LIXO EM JANAÚBA
JANAÚBA
(por Oliveira Júnior*) – “Do lixo ao luxo e do luxo ao lixo”. Essa expressão
pode, neste momento, ser refletida na vida de algumas pessoas (os nomes ainda
não foram divulgados) que estão citadas na Operação “Coleta de Luxo” realizada
esta semana nesta cidade pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Isso
implica em dizer que a Promotoria de Justiça de Janaúba descobriu indício de
ilegalidade em licitação na coleta de lixo.
O
detalhe é que a operação “Coleta de Luxo” ocorre poucos dias após o período em
que deveria ser realizada em Janaúba a “Semana Municipal do Lixo Zero”, evento
este que, criado este ano e de acordo com a legislação, deva ser na última
semana de outubro. A semana janaubense “do Lixo Zero” foi instituída pela Lei
Municipal 2.216 de 10 de julho de 2017.
O
MPMG divulgou nesta quinta-feira, dia 16 de novembro, através da sua Assessoria
de Comunicação (Ascom) algumas informações acerca da operação “Coleta de Luxo”.
De acordo com o Ministério Público, o objetivo foi reunir elementos para
subsidiar investigação que apura ilegalidades em procedimento licitatório de
prestação de serviço de coleta de lixo no município.
Segundo
apurado, agentes públicos de diversos escalões, em parceria com empresários,
teriam fraudado procedimento licitatório, por meio de documentos falsificados e
da não realização de lances, de modo a direcionar o resultado em benefício de
empresas previamente escolhidas como vencedoras. Além disso, não houve
comprovação da prestação do serviço.
Diante
dos fatos investigados, o MPMG ingressou com Ação de Improbidade Administrativa
contra dez pessoas e três empresas requerendo o bloqueio de bens dos envolvidos
em mais de R$ 60 milhões. O valor equivale ao dano causado ao município e à
multa civil que poderá ser estabelecida, caso a Justiça julgue procedentes os
pedidos feitos na ação.
Além
disso, a Promotoria de Justiça de Janaúba solicitou, de forma cautelar, a
quebra dos sigilos bancários e fiscais de todos os investigados. Na ação, é
pedida ainda a condenação dos envolvidos às sanções previstas na Lei de
Improbidade Administrativa (n.º 8.429/92), como perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos, proibição de contratar com o Poder Público,
pagamento de multa e ressarcimento dos cofres públicos.
Em
decorrência da perda da função pública, caso a Justiça acate os pedidos, deverá
ser aplicada a cassação da aposentadoria, em razão do exercício de função
pública à época dos fatos. (Fonte: *com Ascom do MPMG)
Comentários
Realmente é de se estranhar: em Janaúba, sempre que uma administração chega ao final e um novo prefeito é eleito todos já sabem quem será o responsável pela coleta de lixo no novo mandato.
Como isso é possível, se a escolha da empresa deve ser feita com a participação de várias empresas, concorrendo em igualdade de condições? Jamais foi escolhida uma empresa que não seja pertencente a alguém ligado politicamente ao prefeito eleito. Será só coincidência???