BRASÍLIA/DF
– Foi promulgada nessa terça-feira, 12 de setembro, a Resolução do Senado que
beneficia os produtores rurais com dívidas junto ao Fundo de Assistência ao
Trabalhador Rural (Funrural). O texto (PRS 13/2017), aprovado em agosto,
suspende a aplicação de dispositivos da Lei da Seguridade Social relativas à
contribuição para a Previdência do trabalhador rural, trechos considerados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2010 e 2011.
“O
projeto vem corrigir uma situação de enorme injustiça com os produtores rurais,
pessoas físicas, os quais vinham sendo tributados duplamente. A promulgação
retira enorme peso dos ombros dos produtores rurais, trazendo-lhes a tranqüilidade
indispensável para gerar empregos e produzir alimentos e riquezas para o Brasil”,
comemorou o presidente do Senado, Eunício Oliveira, ao promulgar a resolução.
Segundo
o STF, havia inconstitucionalidades na lei do Funrural, com bitributação do
produtor e empregador rural (pessoa física), já que ele pagava a contribuição
sobre a folha de salários e também sobre o faturamento da produção. O
tratamento não era isonômico com o produtor rural que não tinha empregados, que
só pagava o imposto sobre o resultado da comercialização de seus produtos. A
decisão do STF levou inúmeros produtores rurais a deixar de recolher o tributo.
Depois,
em 30 de março de 2017, o STF voltou atrás e declarou a constitucionalidade da
cobrança do Funrural para empregadores rurais pessoas físicas. Com isso, foi
decretada a cobrança retroativa do
tributo dos últimos cinco anos, o que deixou produtores em situação difícil.
Justiça
Para
a senadora Katia Abreu (PMDB-TO), autora do texto, a promulgação faz justiça a
mais de 5 milhões produtores rurais, que teriam um passivo de R$ 17 bilhões se
o texto não existisse. Ela lembrou que 86% dos produtores são pequenos e médios
e a grande maioria não tem renda líquida. Muitos deles, explicou a senadora,
vendem seus produtos, mas acabam com prejuízo
“Nós
não estamos correndo de contribuir com a Previdência Social, mas, se todos os
outros setores contribuem sobre folha, contribuem sobre o lucro presumido, por
que os produtores rurais deveriam contribuir sobre o faturamento bruto?”,
questionou.
A
promulgação também foi comemorada pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Para
ele, o texto extingue um peso que pairava sobre os produtores. Agora, disse,
eles podem exercer suas atividades sem essa ameaça. (Fonte: Agência Senado)
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