JANAÚBA
(por Oliveira Júnior) – O empresário janaubense Fernando Veríssimo da Silva
obteve nesta quarta-feira, dia 2 de dezembro, da Justiça desta Comarca o alvará
de soltura e com isso ele poderá deixar o presídio regional de Montes Claros
ainda hoje. Fernando Veríssimo, conhecido como Fernando Seguros, foi preso no
dia 13 de abril deste ano pela Polícia Federal na operação “Tempo de
Despertar”, de combate a fraudes ao Seguro Obrigatório de Danos Pessoais
(DPVAT).
O
site do jornalista Oliveira Júnior obteve a informação de que a liberdade de
Fernando Veríssimo, proprietário da empresa Fernando Seguros, instalada em
Janaúba, foi mediante o pagamento de fiança. O alvará foi concedido mediante o
pagamento da fiança de 210 salários mínimos que equivale a R$ 165.480,00. No dia 13 de novembro a Justiça havia
disponibilizada a fiança de 300 salários mínimos (R$ 236.400,00), contudo não
houve a quitação e o empresário continuou detido.
MÉDICO
FOI SOLTO NO MÊS PASSADO
No
mesmo dia 13 de novembro a Justiça de Janaúba liberou o alvará de soltura para
o médico janaubense Álvaro Augusto Ribeiro e para o servidor Leonardo Santos
Fleury, que também se encontravam presos pela mesma operação. Os dois
conseguiram a liberdade após sete meses recolhidos no presídio regional. O médico
Álvaro Ribeiro teve a liberdade afiançada em torno de 80 salários mínimos
(correspondente a R$ 63.040,00) e Leonardo em torno de 30 salários mínimos
(equivalente a R$ 23.640,00). Os três irão responder ao processo em liberdade.
ESPOSA
CONTINUA EM PRISÃO DOMICILIAR
A
empresária Sandra Cristina Cardoso teve a liberdade afiançada em 100 salários
mínimos, o correspondente a R$ 78,8 mil, no dia 13 de novembro. Contudo, ainda
não quitou. Diante disso, a mulher permanece em prisão domiciliar concedida
meses atrás. Além deles, mais duas pessoas de Janaúba teriam sido presas no dia
da operação da Polícia Federal, em 13 de abril: o médico Yuri Prudêncio Ruas
Xavier, que conseguiu a liberdade imediatamente, e a agente de polícia Guiomar
Almeida Neta, da Polícia Civil, que foi liberada meses atrás na condição de
delatora.
ONDE
FOI FEITA A OPERAÇÃO DA PF
Além
de Janaúba, em Minas Gerais a operação da Polícia Federal ocorreu nas cidades
de Almenara, Bocaiúva, Brasília de Minas, Capelinha, Capitão Enéas, Coração de
Jesus, Corinto, Cristália, Curvelo, Diamantina, Espinosa, Francisco Sá, Januária,
Japonvar, João Pinheiro, Juiz de Fora, Lontra, Manga, Minas Novas, Mirabela,
Monte Azul, Paracatu, Pirapora, Porteirinha, Ribeirão das Neves, Salinas, São
Francisco, São João da Ponte, Sete Lagoas, Taiobeiras, Turmalina e Várzea da
Palma. No estado da Bahia em Guanambi e Urandi.
O
DVAT é um seguro obrigatório pago por motoristas para indenizar vítimas de
acidentes de trânsito causados por veículos.
Segundo
a Polícia Federal, o grupo criminoso utilizava de várias maneiras para fraudar
o seguro, como falsificação de assinaturas em procurações e declaração de
residência falsa. Em alguns casos, o pagamento do seguro era autorizado mesmo
sem a documentação necessária ou com base em laudos médicos e ocorrências
policiais falsificadas. Ainda segundo a polícia, estão envolvidos na fraude
médicos, dentistas, fisioterapeutas, servidores públicos, policiais civis e
militares e agenciadores de seguros.
FRAUDE
DE R$ 1 BILHÃO
Os
órgãos que apuram as fraudes no DPVAT, investigadas na operação “Tempo de
Despertar”, apontam que os prejuízos aos cofres públicos podem ser de R$ 1
bilhão em todo o Brasil. A estimativa foi feita depois que o Ministério Público
e a Polícia Federal descobriram que, apenas no Norte de Minas Gerais, o rombo é
de R$ 28 milhões.
NOMES
DOS ENVOLVIDOS
Em
decorrência das irregularidades apuradas, 40 pessoas foram presas no dia 13 de
abril em MG, BA e RJ. Entre os detidos, 15 empresários e pessoas ligadas a
eles, um policial militar, 11 policiais civis, sendo um delegado, três médicos,
oito advogados e três fisioterapeutas. A Justiça expediu 229 mandados. Veja os
nomes dos envolvidos.
PORTEIRINHA
Adailson
Mendes de Oliveira (investigador da PC)
SALINAS
Thiago
Vinícius Pires Murça (investigador da PC)
CURVELO
Éder
Valzuir Nascimento (investigador da PC)
PIRAPORA
Fabrício
Carneiro Teixeira (advogado)
MONTES
CLAROS
Marcelo
Lopes Nascimento (empresário)
Edna
de Jesus Souza Lopes (empresária)
Valdemir
Cardoso Santana (empresário)
Alex
Sandro de Jesus Fonseca (funcionário de seguradora)
Elisângela
Pereira Dias (funcionária de seguradora)
Ivan
Gomes dos Santos Júnior (funcionário de seguradora)
Jonatha
Alves da Cruz (funcionário de seguradora)
Henderson
Miranda Santos (funcionário de seguradora)
Wanderson
Magalhães Pimenta (funcionário de seguradora)
Bruno
Silveira de Faria (delegado da PC)
Jonair
Soares Silva (Policial Civil)
Arley
Barbosa Domas (Policial Militar)
Anderson
William de Lima Faria (investigador da PC)
Fernando
Lopes das Neves (investigador da PC)
Júnior
Pereira Ramos (investigador da PC)
Rodrigo
Carvalo Otoni (investigador da PC)
Eli
Carlos de Jesus Lima (escrivão da PC)
André
Luiz Cardoso Spyer (advogado)
Gustavo
Gadelha Rocha Vieira (advogado)
Anderson
Albert Rodrigues Júnior (advogado)
Jefferson
Ricardo Morais (advogado)
Sérgio
Souza Xavier (advogado)
André
Zuba Ataíde (advogado)
Francisco
Raimundo Rennó Júnior (advogado)
Leandro
Duarte Gomes (fisioterapeuta)
Wendel
Caetano Veloso (fisioterapeuta)
Júnior
Rodrigues Fonseca (empresário)
A
seguradora Líder (que administra o DPVAT no país) arrecada R$ 10 bilhões por
ano, destes, 45% vão para o Sistema Único de Saúde, o restante, mais de R$ 5
bilhões, são utilizados para o pagamento de indenizações. Se 20% dos pagamentos
forem feitos irregularmente, há um prejuízo de R$ 1 bilhão. (Fonte: PF, G1,
agências)
Comentários