JANAÚBA (por Oliveira
Júnior) – A diretoria do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos
Municipais de Janaúba (Previjan) poderá chegar ao consenso com Prefeitura de
Janaúba esta semana para negociar a dívida de mais de R$ 5 milhões que o
instituto tem a receber do executivo municipal. O acordo tende a acontecer após
a reunião especial da Câmara de Vereadores, dia 26 do mês passado, em que foram
expostas a situação e a proposta de cada instituição.
Foto Oliveira Júnior
Secretários da prefeitura e dirigente do Previjan debatem com vereadores sobre
dívida e o futuro da previdência municipal de Janaúba.
Nesta semana está prevista uma reunião técnica entre a
direção do Previjan e as secretarias municipais de Planejamento e Administração
e ainda com a participação dos vereadores da Comissão de Finanças, Orçamento e
Tomada de Contas da Câmara Municipal para tratar do parcelamento da dívida.
Porém, hoje, terça-feira, dia 3 de novembro, a Comissão de Finanças da Câmara e
representantes do Previjan e do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de
Janaúba reunirão com o Promotor de Justiça Paulo Márcio, da Curadoria do
Patrimônio Público, em Montes Claros, sobre a previdência municipal.
O presidente do Previjan, Edvaldo José da Silva,
relatou na reunião especial que em 16 anos de existência do instituto nota-se
que nos últimos meses a situação complicou e possibilita o colapso na
previdência municipal que possui 310 aposentados e pensionistas e um quadro de
1.200 servidores efetivos. Ele confirmou a existência de outros parcelamentos
ocorridos em gestões anteriores e que até então a maior dívida da prefeitura
com o instituto teria sido de R$ 2 milhões, em 2009, e foi parcelada. Para o
vereador Armando Peninha Batista o fato da dívida da prefeitura com o Previjan
é crítica por se tratar de apropriação indevida de recursos pertencentes ao
segurado, ao servidor
O secretário municipal de Planejamento, João Carlos
Barbosa, disse que a administração tem intenção em tomar atitudes desde que não
prejudique o funcionalismo. O vereador Carlos Isaildon Mendes, que é da
Comissão de Finanças, questiona por um posicionamento mais concreto pela
prefeitura com relação à quitação da dívida com o Previjan e que adote medidas
para não prejudicar mais a previdência municipal. Ele anunciou que irá
solicitar do executivo municipal a relação de despesas com funcionários
contratados na atual e na administração anterior.
O secretário de Administração, José Maria da Silva,
relatou sobre as dificuldades financeiras que a prefeitura tem enfrentado nos
últimos meses. Segundo ele, em quase três anos na Secretaria de Administração,
Fazenda e Recursos Humanos, o repasse da primeira parcela do Fundo de
Participação Municípios (FPM) para a Prefeitura de Janaúba tem sido acima de R$
500 mil. Porém, nos últimos dois meses a liberação da primeira parcela tem sido
com valores abaixo de R$ 500 mil o que compromete o fechamento da folha de
pagamento dos servidores da prefeitura que, conforme o secretário, é acima de
R$ 4 milhões mensais. José Maria explica que para liquidar a folha salarial é
utilizada a sobra de recurso do repasse do FPM da terceira parcela do mês
anterior com a primeira parcela do mês seguinte do próprio fundo, além da
primeira parcela do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS) e
recurso próprio. “Pagamos o que os servidores têm direito de receber”, disse ao
acrescentar que o dinheiro acaba e não tem como pagar o Previjan. “A minha
opção é primeiro pagar os servidores”, citou o o secretário ao declarar ainda
que o Previjan e os fornecedores também estão sendo prejudicados.
José Maria disse que em momento algum a atual
administração mencionou que não pagará a previdência municipal. A dívida com o
Previjan, no final de setembro, era de R$ 5 milhões valor que deve ter subido
para quase R$ 6 milhões nessa sexta-feira, 30 de outubro, estimou o secretário,
considerando que o repasse mensal seja de R$ 712 mil. De acordo com ele, a
prefeitura tem proposta de negociação com o instituto em quitar o débito, porém
em condições que sejam favoráveis ao executivo municipal. O Previjan aceita, no
momento, selar o parcelamento no período de vigência do mandato do atual
prefeito, ou seja, hoje, em 14 parcelas. “Não é possível pagar (essa dívida) em
14 meses. A prefeitura não pode aceitar fazer um parcelamento que não paga”,
alegou José Maria ao lembrar que a prefeitura paga parcelamento com o Previjan
feitos em outras administrações da prefeitura. Ele exemplificou a facilidade de
renegociação e parcelamento de dívida com o Instituto Nacional de Seguro Social
(INSS) e entende que isso também poderia ser adotado pela previdência
municipal. O secretário até adiantou uma proposta que poderá ser aceitável. “Se
o Previjan não quer negociar em 240 (20 anos) parcelas então que faça em 60 (5
anos) parcelas”, propôs.
Ainda
segundo o secretário, a dívida da prefeitura referente ao desconto do salário
do servidor gira em torno de R$ 1 milhão. O restante da dívida com o Previjan,
explica José Maria, é referente ao desconto patronal de 27% sobre a folha de
pagamento. O secretário esclareceu que o débito da prefeitura com o instituto
municipal não é fato novo, pois desde quando o Previjan foi instituído já
ocorreram dívidas e negociações das mesmas pelos prefeitos que antecederam ao
prefeito Yuji Yamada. “Nós (a prefeitura) temos cinco parcelamentos com o
Previjan e queremos mais esse parcelamento”, mencionou o secretário. (Fonte:
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Janaúba)
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