CAPITÃO
ENÉAS (por Daniel Camargos) – O clima quente e seco já levou 113 cidades
mineiras a decretarem estado de emergência. Na região Norte do estado, a
situação é grave e, segundo o presidente da Associação dos Municípios da Área
Mineira da Sudene (Amams), César Emílio Lopes Ferreira, a economia da região é
abalada pelo efeito da estiagem. “Muitas cidades dependem da agropecuária, e o
produtor está passando por dificuldades”, afirma Ferreira, que é prefeito de
Capitão Enéas. “A nossa única esperança é que venha a chuva”, afirma.
De
acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Luiz
Ladeia, as regiões Norte e Noroeste do estado vão seguir nesta semana com
baixos índices de umidade e temperatura elevada. Porém, os moradores do Leste e
dos vales do Jequitinhonha e Mucuri podem esperar um refresco nos próximos
dias, por causa de uma frente fria no litoral Sul da Bahia, que pode provocar
chuvas.
PAI PEDRO SEM ÁGUA
A
cidade de Pai Pedro, no Norte de Minas, teve o estado de emergência decretado
na sexta-feira. “A situação está cada dia mais calamitosa e as previsões não
são boas”, afirma o prefeito Eujácio da Soledade Rodrigues. A cidade de 6 mil
habitantes tem 4 mil moradores vivendo na área rural, que estão sem
abastecimento de água. “Os poços artesianos estão secando, a vazão abaixando e
começa a faltar água para o consumo de animais”, detalha o prefeito.
Para
os moradores, o abastecimento vem de 10 caminhões-pipa, que segundo o prefeito,
precisam percorrer até 150 quilômetros para atender as comunidades rurais. “É
preciso pensar uma maneira de conservação, pois toda a água que cai nos rios
das regiões vai embora”, explica Rodrigues.
O
presidente da Amams explica que outras cidades da região também estão
dependendo do abastecimento por caminhões-pipa na área rural. “Precisamos
pensar a seca a médio e longo prazo. Temos que armazenar água e conviver com a
seca, pois estamos em uma região semiárida”, detalha Ferreira. Ele cita
exemplos do Nordeste brasileiro, que, na visão dele, aprendeu a lidar com a
seca. (Fonte: jornal Estado de Minas, edição de 19/10/2015)
Comentários