JANAÚBA
(por Oliveira Júnior) – Após dias de internação hospitalar diante do
agravamento do seu estado clínico, Ricarte Gonzaga Cavalcanti não resistiu e
faleceu na tarde desta quarta-feira, dia 15 de julho. Aos 72 anos de idade,
Ricarte Cavalcanti não se abatia com o seu estado clínico e se sentia à vontade
para fazer aquilo que gostava: viver em alegria.
Torcedor
do Cruzeiro, Ricarte Cavalcanti gostava de sair às ruas com a camisa do time do
coração e com isso aproveitava para o bom bate papo com cruzeirenses e torcedores
de outros times, pois para ele o que importava era a amizade.
Ele
conhecia muitas pessoas, já que além do jeito comunicativo também foi
responsável pelo registro de milhares de janaubenses e gorutubanos. Sim,
Ricarte Cavalcanti foi quem, por muitos anos, comandou o Cartório de Registro
Civil de Janaúba onde se realizava o registro de certidão de nascimento e
casamento. Ele herdou a missão do pai, Odeton Brandão Cavalcanti, que lidou com
o setor de registro de pessoas por muito tempo e coube a Ricarte a conduzir a
missão de geração para geração.
Depois
de substituir o pai, Ricarte Cavalcanti transferiu o ofício do registro civil
para os filhos que, há pouco tempo, deixaram a missão por questão de
cumprimento da legislação. Contudo, a maior parte da população de Janaúba –
gorutubanos e janaubenses – tem em seus registros de nascimento e casamento o
documento no qual consta nome da família Gonzaga Cavalcanti responsável pela
oficialização da documentação.
Natural
de Francisco Sá, Ricarte Gonzaga Cavalcanti nasceu no dia 27 de fevereiro de
1943 e ainda bebê, com menos de dois anos de idade, veio para Janaúba, que
ainda era a localidade de Gameleira. No colo da mãe Lilia Gonzaga Cavalcanti, o
menino Ricarte saiu da então comunidade de Brejo das Almas, hoje Francisco Sá,
para a futura Janaúba, para onde o pai Odeton Brandão Cavalcanti teria sido
nomeado na função de escrivão e tabelião. Naquela ocasião, Gameleira (hoje,
Janaúba) pertencia ao município de Francisco Sá.
O
casal Odeton e Lilia Cavalcanti teve 12 filhos, dentre eles Ricarte. A mãe
dividia a criação dos filhos com o dom de transmitir o aprendizado aos
moradores do povoado de Gameleira. Ricarte e os irmãos também receberam a
orientação educacional da mãe que, em princípio, lecionava numa sala de uma
casa. A mãe de Ricarte já lecionava aula desde os 18 anos de idade e casou aos
30 anos, três anos mais tarde nasceu Ricarte. Aos 28 anos Ricarte perdeu a mãe,
faleceu em 1971. A família sentiu o impacto da ausência materna, contudo,
juntamente com o pai Odeton, Ricarte e os irmãos conseguiram superar essa
situação e deram prosseguimento à missão da família.
Em
reconhecimento à atuação de Lilia Cavalcanti, a comunidade de Janaúba fez uma
homenagem póstuma denominando a biblioteca pública municipal de Lilia Gonzaga
Cavalcanti.
Anos
mais tarde, o patriarca Odeton faleceu. Também tiveram partida eterna os filhos
Líeton e Roldão – esses dois também atuaram em cartórios – e hoje, Ricarte. Outros
irmãos de Ricarte que são conhecidos em Janaúba são as irmãs Ildete (esposa de
Jairo Cordeiro) e Ivandete (esposa de Ernane que trabalhou na Emater-MG) e
ainda Ivânia.
O
corpo de Ricarte Gonzaga Cavalcanti é velado na Capela São João Batista, ao
lado do cemitério da Saudade, no bairro de mesmo nome, em Janaúba. O
sepultamento será amanhã, quinta-feira, dia 16, às 14h, nesta cidade.
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