Foto Oliveira Júnior
Na audiência, produtores defendem a proibição
técnica de banana do Equador.
JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – Os produtores do
Norte de Minas vão mobilizar os fruticultores do Brasil no sentido de realizar
manifestações sincronizadas com o intuito de que o governo federal mude a
postura e evite um caos na bananicultura nacional diante do aceno do governo
brasileiro pela importação da banana do Equador.
Esse assunto foi debatido exaustivamente durante audiência pública ocorrida nessa quarta-feira, dia 16 de abril, em Janaúba, com produtores de frutas da região. A palavra de ordem foi “não à banana do Equador”.
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Momento em que o presidente da Confederação
Nacional dos Bananicultores, Dirceu Colares (em pé), explana sobre o prejuízo
para a fruticultura brasileira diante da importação de banana do Equador.
Organizada pela Confederação Nacional dos
Bananicultores (Conaban), pela Associação dos Fruticultores do Norte de Minas
(Abanorte) e pela Associação dos Sindicatos dos Produtores Rurais do Norte de
Minas e do Vale do Jequitinhonha (Aspronorte), a audiência pública serviu para
avaliar a influência da fruticultura no contexto social e econômico de Janaúba
e região e também a possibilidade de declínio nesse setor com a concorrência da
importação da fruta equatoriana a qual, segundo técnicos brasileiros, há alta
incidência do uso de produto químico e ainda a facilidade da praga da sigatoka
negra que tem grande poder de destruição dos bananais.
Foto Oliveira Júnior
Presidente
da Abanorte, Jorge Luís, ressalta a importância da banana do Norte de Minas e o
fortalecimento da classe.
De acordo com Jorge Luís Souza,
presidente da Abanorte, o ideal nesse momento e que haja ação técnica em que
fique claro o perigo que a banana do Equador pode afetar no que tange à
qualidade do fruto. Ele cita ainda que os produtores devem agir politicamente e
conclamarem o governo a analisar o quanto a decisão pela importação da fruta
poderá causar danos à economia nacional e o enfraquecimento da fruticultura.
“Somos unidos e não fantoche”, declarou o presidente da Abanorte.
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Reunião foi no Centro Cultural do Sindicato
Rural de Janaúba.
Jorge
Luís informou que marcará para os próximos dias uma audiência com o ministro da
Casa Civil do governo brasileiro, Aloiso Mercadante, ocasião em que juntamente
com representante da Conaban irão contrapor a compra de banana do Equador que,
dependendo da situação, poderá também vender para o Brasil outras frutas, caso
de limão, manga e mamão com o apoio do governo brasileiro em detrimento às
frutas produzidas neste país.
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José Aparecido Mendes, presidente do Sindicato
Rural de Janaúba e da Associação dos Sindicatos dos Produtores Rurais do Norte
de Minas e do Vale do Jequitinhonha, cita que a decisão do governo brasileiro
poderá causar desemprego no Norte de Minas.
A audiência pública contou com as
presenças do presidente da Conaban, Dirceu Colares, da Aspronorte, José
Aparecido Mendes, dos deputados Humberto Souto (federal) e Luiz Henrique
(estadual), do vereador Carlos Isaildon Mendes, representando a Câmara
Municipal de Janaúba, e ainda os prefeitos Yuji Yamada e Raul Alves,
respectivamente, de Janaúba e de Nova Porteirinha, e José Valci, presidente do
Conselho Administrativo da Agricultura Familiar do Projeto Jaíba.
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Vereador Carlos Isaildon Mendes, de Janaúba,
menciona a decisão do governo em não liberar crédito para o plantio de limão
nos projetos Jaíba e Gorutuba.
O vereador Carlos Isaildon anunciou que
determinações recentes do Ministério da Agricultura impedem que os bancos
oficiais financiem a implantação e o custeio de plantio de lima ácida (limão)
em Janaúba e no Projeto Jaíba. Essa decisão caiu como um balde de água fria
entre os fruticultores da região, pois além do “fantasma” da vinda da banana do
Equador eles ficarão sem condições para cultivar limão.
Foto Oliveira Júnior
Deputado estadual Luiz Henrique anuncia a
proposta de solicitar junto à Assembléia Legislativa de Minas por uma audiência
pública ampla para mobilizar o governo brasileiro a não prejudicar a
fruticultura brasileira.
Para José Valci, que representa 1.800 agricultores, o
governo federal tem que ser sensível com a agricultura, pois esse setor tem
condição de produzir para abastecer o Brasil. Ele entende que o governo deva
conceder suporte aos produtores que enfrentam dificuldades no custeio da água e
da energia elétrica.
Dirceu Colares, presidente da Conaban, afirmou que o
Norte de Minas produz a melhor banana do Brasil. A bananicultura no Norte de
Minas oferece 15 mil empregos diretos e 45 mil indiretos. “Somos capaz de
abastecer o mercado interno”, frisou Dirceu Colares ao demonstrar a disposição
dos produtores de várias regiões brasileiras. O presidente da Conaban informou
que um grupo de fitopatologistas fazem estudos para que possam argumentar
contra a importação da banana do Equador.
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Deputado federal Humberto Souto se prontifica a
ajudar os produtores do Norte de Minas na mobilização nacional em favor da
bananicultura brasileira e mostrar ao governo do Brasil que a importação da
fruta do Equador poderá provocar caos social nos estados brasileiros que empregam
milhares brasileiros no plantio de banana.
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Produtores de frutas do Norte de Minas estão
indignados com o governo brasileiro que autorizou o Equador a vender banana
para o Brasil em detrimento à bananicultura brasileira que é auto suficiente
para abastecer o mercado interno e até exportar para a Europa.
O presidente da Aspronorte, entidade
que representa 43 sindicatos e mais de 33 mil produtores, José Aparecido mencionou
que são quase 12 mil hectares de banana em produção no Norte de Minas. “Quase
30 anos de luta do produtor rural para buscar tecnologia, investir no campo e,
infelizmente, depara com uma atitude do governo brasileiro em que desvaloriza a
classe rural”, comentou o presidente da Aspronorte. Os deputados Luiz Henrique
e Humberto Souto se prontificaram a continuar em defesa da agricultura e
pecuária.
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