SÃO
JOÃO DAS MISSÕES (por Luis Claudio Guedes) – O bispo da Diocese de Januária,
dom José Moreira, disse ao site do jornalista Luís Cláudio Guedes que não há
risco da eclosão de um conflito fundiário no Norte de Minas entre os índios da
etnia xakriabás e os pequenos proprietários de terras no entorno da reserva,
localizada no município de São João das Missões, entre Manga e Itacarambi.
Para
o bispo católico, o alvo das lideranças indígenas são os grandes proprietários
de terra da região. “Recebi seis líderes dos índios lá em casa e eles me
garantiram que não vão buscar o caminho do conflito com os pequenos
agricultores”, diz o bispo, numa espécie de adaptação (não cabe aqui o conceito
do homem natural, em estado primitivo) para o caso presente da metáfora do bom
selvagem definida pelo filósofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).
A
Diocese de Januária tem ascendência sobre o núcleo local do Conselho
Indigenista Missionário (Cimi), que historicamente tem dado suporte técnico às
reivindicações dos índios. Dom
Moreira contou ao site que fez visita aos índios durante a ocupação da Fazenda
São Judas Tadeu, na comunidade de Vargem Grande, no município de Itacarambi. A
propriedade foi ocupada no dia 1º de setembro, no que poderia ser o primeiro de
uma série de movimentos que os líderes xakriabás estariam planejando para
obrigar a Fundação Nacional do Índio (Funai) a apressar a chamada
‘identificação territorial’ que vai permitir a ampliação dos limites da área da
reserva.
O
atual território indígena foi definido em processo encerrado no ano de 1979,
mas os xacriabás alegam que perderam áreas importantes das suas terras -
reduzidas para menos de um terço em sua configuração original.
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