JANAÚBA
(por Oliveira Júnior*) – A cidade de Janaúba esta entrando na rota do turismo
de saúde. Os pacientes que vem acabam trazendo os acompanhantes e, eles vão
para o comércio onde acabam comprando vários produtos. Isso é comprovado pela
demanda de atividades nesse setor o qual faz com que o município conviva com o
chamado turismo de saúde, que é o ato de viajar para tratamento e cuidado, um
fenômeno emergente no setor de saúde. Não é raro ouvir a costumeira frase “eu
vou para Janaúba”. Todos os dias essa cidade recebe caravanas de visitantes
que, aliados a moradores, recorrem às unidades de saúde e aos profissionais com
o intuito em obter cuidados médicos, dentários e cirúrgicos. Na maioria das
vezes os pacientes estão juntos com acompanhantes.
O turismo de saúde movimenta US$ 60 bilhões por ano no
mundo, com uma média de crescimento anual de 35%, segundo dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a projeção de crescimento é de 35% nos
próximos cinco anos. Em Janaúba não existem estudos concretos sobre o gasto
médio de turistas de saúde na cidade, entretanto, a estimativa é de que
enquanto um turista de lazer, por exemplo, gasta aproximadamente R$ 100 por
dia, o turista de saúde invista pelo menos o triplo. Além disso, calcula-se que
o público vindo da região compreende em mais de 30% dos atendimentos prestados
na cidade.
Mas, é notório que o vai e vem de pacientes e acompanhantes
proporciona uma rentabilidade em diversos setores da economia, principalmente
em lanchonetes e restaurantes, postos de combustíveis, farmácias e até em
lojas, pois algumas pessoas aproveitam a estada para realizar compras. Um dos
desafios do setor é criar produtos e serviços específicos para este público. Afinal,
o turista de saúde viaja acompanhado e, geralmente, gasta duas vezes mais do
que o visitante convencional. O setor de saúde, público e privado, gera entre 2
mil e 3 mil empregos diretos em Janaúba.
O que motiva as pessoas a deslocarem-se para cuidar de
sua saúde é que isso permite lhes a receber serviços médicos de melhor
qualidade do que poderiam em suas cidades. Por isso entende-se que o turismo de
saúde é uma nova forma de turismo e um novo segmento de mercado que é o
resultado da mudança dos tempos e percepções.
A procura por Janaúba baseia-se no fato da cidade
possuir dois hospitais dotados de pronto socorro e maternidade, além de unidade
de tratamento intensivo (UTI) adulta e neonatal e o centro de atendimento
especializado de média complexidade (o Centro Viva Vida) que foi a primeira
unidade dessa natureza a ser implantada no estado de Minas Gerais.
Janaúba é cidade pólo da região da Serra Geral de
Minas composta de 16 municípios abrangendo a população estimada de 300 mil
habitantes. Parte dos pacientes desses municípios e de localidades do estado da
Bahia é atendida em Janaúba onde há 15 clínicas médicas com especialidades em
neurologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, cardiologia, fisioterapia e
ortopedia, entre outras.
Para encaminhar a população aos serviços de saúde
pública existe a Programação Pactuada e Integrada (PPI), um processo que,
dentre outros fatores, leva em consideração o local onde o morador reside para
ele seja encaminhado aos serviços (SUS) mais próximo de sua residência. No
entanto, quando o assunto é realizar exames, diagnósticos, tratamentos e demais
procedimentos médicos e odontológicos particulares é comum que grande parte da
população regional se direcione até Janaúba. A dedução disso é o reflexo do
salto de qualidade dos serviços disponibilizados.
Conforme a (revista) MAIS apurou, em Janaúba há entre
60 e 70 médicos com diversas especialidades atendendo a população através de
sistemas públicos, convênios e iniciativa privada. Os planos de saúde, a
maioria de abrangência nacional, são responsáveis pela grande parte do
atendimento do serviço de saúde. E isso facilitou a escolha de especialistas em
atender em Janaúba, pois os pacientes buscam a oferta de terapias, a excelência
nos serviços e atendimento, os preços acessíveis e, claro, a infra-estrutura
com tecnologia avançada e equipamentos de ponta.
O investimento público e privado em Janaúba para se
tornar uma referência na área de saúde fundamenta-se no princípio da descentralização
desses serviços contribuindo para “desafogar” os grandes centros, caso de
Montes Claros, no Norte de Minas, para onde convergiam e, ainda, vão pacientes
de dezenas e até centena de municípios para tratamento de câncer ou para
cirurgias específicas.
Em 2008, a revista Veja,
de circulação nacional, citou que Janaúba é a cidade brasileira de nº 1 em
saúde com relação a menor mortalidade infantil. Conforme a publicação na
revista semanal de maior circulação no Brasil, naquela ocasião o município de
Janaúba registrava apenas 4,1 óbitos por cada 1.000 nascidos. A média nacional
era de 25 óbitos por 1.000 nascidos. Essa informação foi reproduzida por
informes internacionais ligados à área de saúde.
É claro que a cidade de Janaúba ainda carece de algumas
especialidades na área médica, caso de oncologia, porém há um centro que
oferece tratamento em média complexidade, caso do Centro Viva Vida que realiza
exames de mamografia – inclusive com o mamógrafo importado da Alemanha – que
tem como finalidade estudar o tecido mamário.
Entre os equipamentos sofisticados e imprescindíveis
nas unidades de saúde públicas e particulares nesta cidade, a MAIS constatou a
existência de 02 tomógrafos computadorizados, 02 mamógrafos, 46 reanimadores
pulmonares, 17 eletrocardiógrafos, 02 eletroencefalógrafos, 19 optometria, 11
desfibriladores, 04 fototerapia. O município conta com 22 unidades públicas
(postos) de saúde, 12 unidades de apoio diagnose e terapia, 03 centros de
atenção psicossocial, 15 consultórios médicos, 03 academias de saúde instaladas
nos bairros Padre Eustáquio, Rio Novo e Santo Antônio e a oferta de 121 leitos,
inclusive UTI adulta e neonatal, cadastrados no município nos dois hospitais. (*texto
produzido pelo jornalista Oliveira Júnior e extraído da revista MAIS, edição de
agosto de 2012)
Comentários
ESSA NEM BRASILEIRO ACREDITA AMIGO