Foto Divulgação
A janaubense Angélica Cristine de Almeida Campos realiza Doutorado pela USP.
SÃO PAULO (por Alex Sander Alcântara/Agência FAPESP) – O Brasil tem conseguido controlar há mais de uma década a raiva urbana, que é transmitida principalmente pelo contato com cães. Mas, apesar de controlada, variantes do vírus continuam circulando por meio de animais silvestres, particularmente uma transmitida por morcegos que se alimentam de sangue (hematófagos). Pesquisadores brasileiros, incluindo uma janaubense, deram um passo importante no estudo do problema ao concluir o sequenciamento completo do genoma dessa variante mantida pela espécie Desmodus rotundus.
Este blog, juntamente com o Jornal da Serra Geral e o jornal O Norte, publica trecho da reportagem, divulgada no dia 16 deste mês, da agência FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – que cita também a atuação da janaubense Angélica Cristine de Almeida Campos, que faz Doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), nessa pesquisa sobre o vírus da raiva. A reportagem completa está no site da FAPESP, através do link:
http://www.agencia.fapesp.br/materia/12776/especiais/virus-da-raiva-tem-variante-sequenciada.htm
De acordo com Silvana Regina Favoretto, pesquisadora científica do Instituto Pasteur e Coordenadora do Núcleo de Pesquisas em Raiva do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), que orientou o estudo, o sequenciamento abre caminho para novos trabalhos científicos.
A pesquisa compreende também a tese homônima de Angélica Cristine de Almeida Campos, cujo trabalho, sob orientação de Silvana, é realizado no ICB-USP e vinculado ao Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia, que reúne alunos da USP, do Instituto Butantan e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
“Há pouco mais de 15 anos só conseguíamos saber se alguém tinha raiva ou não. Todas as variantes do vírus já circulavam entre nós, mas, como não sabíamos o tipo atribuíamos normalmente à variante mantida por populações de cães”, disse Silvana. O sequenciamento poderá ajudar a identificar como o vírus evolui e se mantém circulante com tanto sucesso.
A sequência completa da variante do vírus da raiva será depositada em breve no banco do National Center for Biotechnology Information (NCBI).
PADRONIZAÇÃO DE UM NOVO MÉTODO
“Pelo método tradicional, teríamos de realizar a síntese de cDNA (DNA complementar) pelo menos cinco vezes. Com a nova técnica desenvolvida, analisamos a mesma quantidade de material de uma vez só, com economia de tempo e dinheiro. É a primeira vez que esse procedimento é descrito para o vírus da raiva”, afirmou Angélica Almeida Campos, doutoranda no ICB-USP.
PAPEL ECOLÓGICO
Segundo Silvana, não se pode encarar o morcego hematófago como vilão ou responsável pela raiva, porque esse animal também sofre com a doença. “O problema é que invadimos o habitat dele e causamos desequilíbrios ecológicos”, disse, destacando que eliminá-los por completo não é uma saída prudente.
No Brasil, assim como em outros países onde ocorre a raiva transmitida por esses morcegos, o Ministério da Agricultura padronizou e regulamentou o uso de uma pasta vampiricida de efeito anticoagulante que provoca a morte de morcegos hematófagos, com a finalidade de controlar em número as populações. “Mas esses morcegos, assim como outras espécies, têm um papel ecológico importante”, afirmou Angélica.
Manter os animais domésticos vacinados é muito importante, segundo Silvana. Pessoas que são atacadas por animais, silvestres ou não, devem procurar o serviço de saúde para ser orientado quanto à necessidade de vacinação. “Isso é uma falha muito grande na educação em saúde. Muita gente poderia não ter morrido se fizesse isso”, disse ao destacar o dia 28 de setembro Dia Mundial da Raiva.
**A reportagem completa está no site da FAPESP, através do link:
http://www.agencia.fapesp.br/materia/12776/especiais/virus-da-raiva-tem-variante-sequenciada.htm
Comentários