FATOS E PAUTAS
* Oliveira Júnior (e-mail oliveirajunior2@bol.com.br)
Foto Divulgação
Frigorífico de Janaúba para de abater de bovinos.
INDEPENDÊNCIA OU MORTE?
E a novela do frigorífico Independência continua. Com o abate suspenso na unidade de Janaúba (e em 9 unidades do grupo pelo país afora), os pecuaristas temem um colapso no setor. A expectativa é de que a histórica frase do imperador Dom Pedro I pela liberdade do país, “Independência ou Morte”, seja dita de maneira direta e completa, ou seja, em favor da Independência (empresa) e da morte (abate de animais).
MENINA DE OURO
Em termos de exportação, o frigorífico de Janaúba é responsável por 50% da venda do Independência. Aqui tem bovinos de qualidade. O grupo Independência fatura R$ 1,46 bilhão por ano, dos quais R$ 250 milhões proporcionados pela unidade de Janaúba, que abate 230 mil animais por ano.
DÍVIDA BILIONÁRIA
Com a falta de abate, a unidade de Janaúba deixa de movimentar em torno de R$ 1 milhão por dia. O temor é quanto à possível demissão de em torno de 800 funcionários que, por enquanto, estão de férias coletivas. O grupo Independência possui 23 empresas, das quais 10 frigoríficos paralisaram o abate. A dívida do grupo é de US$ 1,2 bilhão (um bilhão e 200 milhões de dólares), correspondente a R$ 3 bilhões.
MUDANÇA DE NOME
O frigorífico de Janaúba iniciou nos anos 80 com o nome de Frigodias (da família Dias, aqui do Norte de Minas). Nos anos 90 o grupo Kaiowa comprou a unidade de Janaúba, mas tempo depois fechou devido a falência do grupo em São Paulo. Em 2003, com a presença do governador Aécio Neves, o grupo Redenção, do Pará, arrendou a unidade e a batizou de “Frigorífico Janaúba”. Porém, por falta de animais, desativou a indústria. E há 2 anos, o Independência arrendou a unidade. Calcula-se que a massa falida do Kaiowa recebe em torno de R$ 200 mil mensais pelo arrendamento da unidade gorutubana.
HERMAFRODITA NO FRIGORÍFICO
O fecha e abre do frigorífico de Janaúba não é mais novidade para os moradores e lideranças dessa cidade. No vai-e-vem de empresários com o intuito de comandar a unidade houve até a história de hermafrodita querendo aplicar o golpe. Mário de Jesus, oriundo do Estado de Goiás, assumiu por alguns dias o arrendamento do frigorífico e iludiu deputados, prefeitos e pecuaristas da região. Mário, um bissexual de nome Maria de Jesus, era procurado por crime de estelionato.
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