SEM-TERRA PODEM SER DESPEJADOS DE FAZENDA EM JAÍBAJAÍBA (por Oliveira Júnior) – Pelo menos 150 famílias de sem-terra podem ser despejadas amanhã, terça-feira, dia 17, da fazenda Serra Azul, no município de Jaíba. A decisão é da Justiça da Comarca de Manga e a ação de desocupação deverá ser por parte do 5º Pelotão da Polícia Militar de Jaíba com apoio da 12ª Companhia Independente de Polícia Militar de Janaúba.
Os sem-terra pertencem à Associação Quilombola das Comunidades Nativas de Jaíba. Eles incorporaram à associação após dissidência do Movimento dos Sem Terra e Sem Teto do Norte de Minas. Os advogados dos sem-terra tentaram, até a tarde dessa segunda-feira, entendimento com a Juíza da Comarca de Manga, Maria Beatriz Fonseca da Costa Biasutti, pelo alongamento do prazo da retirada das famílias.
O presidente da Associação Quilombola, Clemente Gomes da Silva (“Quelementão”), disse que no local ocupado há plantações em fase de colheita. Na tarde de ontem diversos veículos de órgãos públicos teriam sido requisitados para auxiliar no transporte dos objetos das famílias de sem-terra. A ação está prevista para acontecer três dias depois da visita do vice-governador de Minas, Antônio Augusto Anastasia, ao Projeto Jaíba, próximo à fazenda ocupada.
AÇÃO DE DESPEJO
A Ação de Despejo decorre do Processo Judicial em trâmite na Comarca de Manga, e foi deferida no dia três de agosto do ano passado em favor da Ruralminas – Fundação Rural Mineira de Colonização e Desenvolvimento Agrário.
Inicialmente a Ação Reivindicatória, como se intitula, foi proposta em face do Movimento dos Sem Terra e Sem Teto do Norte de Minas, presidido por Carolino Lopes Guerra, o qual aceitou os termos da Justiça e prontificou-se em desocupar as terras, no que não foi acompanhado pelos integrantes do "movimento", que preferiram ficar e lutar até o fim.
Os dissidentes aderiram-se à Associação Quilombola das Comunidades Nativas de Jaíba, presidida por Clemente Gomes da Silva.
O prefeito de Jaíba, Sildete (Detim) Rodrigues de Araújo, e o vice-prefeito Lanfrói da Cruz determinaram à Assessoria de Governo do município gestão no sentido que haja a solução pacífica, sem traumas ou seqüelas para os envolvidos no conflito, tendo sido já realizadas várias reuniões com os envolvidos, buscando alternativas a um possível confronto.
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